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Pelagianismo

Pelagianismo

    O pelagianismo foi uma heresia teológica do século V, associada ao monge britânico Pelágio (c. 360–418 d.C.). Ele negava a doutrina do pecado original e enfatizava a capacidade humana de alcançar a salvação sem a necessidade da graça divina.


Principais Ensinos do Pelagianismo

  1. Negação do Pecado Original

    • Pelágio ensinava que Adão e Eva não transmitiram o pecado original à humanidade.
    • Segundo ele, cada pessoa nasce moralmente neutra e pode escolher entre o bem e o mal sem influência do pecado herdado.
  2. Livre-Arbítrio Absoluto

    • Ele acreditava que o ser humano tem plena capacidade de obedecer a Deus por sua própria vontade, sem precisar da graça divina para evitar o pecado.
    • A graça seria apenas um auxílio externo, como a Lei de Moisés e os ensinamentos de Jesus, mas não essencial para a salvação.
  3. Rejeição da Predestinação e da Graça Irresistível

    • Diferente de Agostinho, que defendia a necessidade da graça para a salvação, Pelágio dizia que Deus concede a salvação a quem escolher fazer boas obras.
    • Para ele, a santidade e a perfeição moral eram possíveis nesta vida por esforço humano.

Condenação do Pelagianismo

  1. Conflito com Santo Agostinho

    • O bispo Santo Agostinho de Hipona foi o principal opositor do pelagianismo, defendendo que todos os humanos são pecadores e precisam da graça de Deus para serem salvos (Romanos 3:23, Efésios 2:8-9).
  2. Conselhos e Condenações

    • O pelagianismo foi condenado no Concílio de Cartago (418 d.C.), que afirmou que o pecado original existe e todos precisam da graça para a salvação.
    • O Papa Zózimo excomungou Pelágio.
    • No Concílio de Éfeso (431 d.C.), a condenação foi reafirmada, declarando o pelagianismo uma heresia.

Reflexos Modernos

  • Embora o pelagianismo tenha sido oficialmente rejeitado, ideias semelhantes aparecem em movimentos que enfatizam o esforço humano na salvação, como o moralismo e algumas vertentes do liberalismo teológico.
  • A Igreja ensina que a salvação é pela graça, por meio da fé, e não por obras (Efésios 2:8-9), mas que as boas obras são fruto da graça operando na vida do crente (Tiago 2:17).

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