Arianismo
O arianismo foi uma das heresias cristológicas mais influentes da história da Igreja, originada no século IV. Seu principal defensor foi Ário de Alexandria (c. 256–336 d.C.), que negava a divindade plena de Jesus Cristo.
Principais Ensinos do Arianismo
Cristo como Criatura
- Ário ensinava que Jesus não era eterno, mas sim uma criatura criada por Deus Pai antes de todas as coisas.
- Defendia que Cristo era superior a todas as criaturas, mas não igual a Deus em essência (homoiousios, "semelhante ao Pai", mas não da mesma substância).
Rejeição da Trindade Plena
- Para os arianos, apenas Deus Pai era verdadeiramente eterno e divino por natureza.
- O Espírito Santo também era visto como subordinado ao Pai.
Uso de Passagens Bíblicas
- Baseavam-se em textos como João 14:28 ("o Pai é maior do que eu") e Provérbios 8:22 ("O Senhor me criou no princípio de suas obras").
- Interpretavam essas passagens como prova de que Jesus não era Deus.
Condenação do Arianismo
Concílio de Niceia (325 d.C.)
- O arianismo foi rejeitado pela Igreja, e o Credo Niceno foi formulado, afirmando que Cristo é "Deus de Deus, Luz da Luz, verdadeiro Deus de verdadeiro Deus, gerado, não criado, consubstancial ao Pai" (homoousios, "da mesma substância").
Continuidade e Perseguição
- Mesmo condenado, o arianismo persistiu, especialmente entre os godos e outros povos germânicos.
- O Imperador Teodósio I, no Concílio de Constantinopla (381 d.C.), reafirmou a condenação e estabeleceu a Trindade como doutrina oficial.
Reflexos Modernos
Embora o arianismo clássico tenha desaparecido, suas ideias influenciaram alguns movimentos modernos, como:
- Testemunhas de Jeová, que ensinam que Jesus é um ser criado, o arcanjo Miguel.
- Unitarianismo, que nega a doutrina da Trindade e a divindade plena de Cristo.
A doutrina cristã ortodoxa ensina que Jesus é eterno, Deus encarnado, e igual ao Pai em essência e poder (João 1:1-3, Colossenses 2:9, Hebreus 1:3).
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